Casamento e dinheiro: a conta que fecha só com a capacidade de diálogo.

Casamento e dinheiro: a conta que fecha só com a capacidade de diálogo.

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A infidelidade não é o principal motivo para os divórcios. O predominante para o fim dos casamentos é a falta de dinheiro, aponta pesquisa.

29/05/2023

Camila Dias

Advogada especialista em Direito de Família – mediadora, conciliadora. Jornalista, especialista em Criminologia.

No início, “meu bem pra cᔓmeu bem pra lá”. Quando a chama se apaga, os problemas ganham destaque, a conta não fecha, as discussões são mais intensas, o discurso muda e passa a ser: “meus bens pra cá, seus bens pra lá”.

E o resultado disso é a separação, que pode vir por meio do divórcio (se casados) ou pela dissolução da União Estável. Ou até mesmo por um “estou indo embora” e nada se regulariza no âmbito burocrático.

Não é novidade para ninguém que a Covid-19 foi o fator que trouxe mais contribuição para o aumento do número de divórcios ocorridos em 2021, no Brasil.

O que você talvez não saiba é que a maior causa para a separação conjugal é o dinheiro! Sim, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos últimos anos, o número de divórcios cresceu 75% em nosso país e, a última pesquisa divulgada (em 2022) deu conta que 57% dos casamentos acabam por discussões referentes a dinheiro.

E eu pensando que a infidelidade fosse a principal causa. Mas não é… Muitas pessoas são capazes de perdoar uma traição. Mas raras são as pessoas que conseguem viver juntas diante de um desequilíbrio financeiro.

De acordo com outra pesquisa, esta realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), as dificuldades conjugais relativas a finanças estão diretamente ligadas a inteligência emocional e capacidade de comunicação.

O estudo aponta que pelo menos 46% dos casais brasileiros brigam por questões financeiras. Destes, 51% culpam o par pela situação. E é inacreditável, mas 15% dos entrevistados disseram que assuntos financeiros não devem ser tratados em uma relação. 

Como assim? Se é para não haver diálogo sobre tudo, então é melhor viver sozinho. E essa conversa sobre o papel de cada um no casamento deve ser iniciada já no namoro. Isso mesmo! Quem namora, fica noivo e não conversa sobre filhos, carreira, finanças, papel de cada um na relação,etc.. não está preparado para viver os desafios de uma união conjugal.

Prevenir é melhor que remediar. Colocar tudo no papel e registrar. Planejar o futuro é sinal de maturidade. Crianças dançam conforme a banda toca. Adultos escolhem a música. Não é só sobre dinheiro. É sobre paz. O planejamento e o diálogo abertos evitam conflitos, desgastes e prejuízos financeiros.

“Ah, Camila, mas como vou falar com ele (ou com ela) sobre isso? O que vai pensar de mim? Que sou uma interesseira ou que não confio nele (ou nela)?”

Olha, se o seu namorado, noivo, marido, companheiro, etc tiver o mínimo de inteligência emocional, vai achar o máximo! Ele será transparente e, quem sabe, vocês esbocem juntos o planejamento e levem para um advogado especialista orientá-los sobre o que é ou o que não é possível neste pacto.

Agora se ele achar isso mesmo de você eu te volto com uma pergunta: Você está mesmo a fim de se envolver com uma pessoa que não tem o mínimo de inteligência emocional? Se você não tem liberdade para falar sobre o futuro de vocês então é porque essa relação não tem futuro.

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